domingo, 5 de maio de 2013

Produtos chineses “paralelos”, ameaçam indústrias africanas

Mais afetada ainda está a Nigéria, que devido à entrada no País dos tecidos chineses a baixo custo, mais de 175 empresas do segmento fecharam as portas desde 1995, deixando cerca de 250 mil trabalhadores desempregados, isso de acordo com Jaiyeiola Olanrewaju, diretor-geral da Associação dos Produtores Têxteis Nigerianos.

 

TÊXTEIS CHINESES INVADEM A ÁFRICA E AUMENTAM DESEMPREGO


 

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“O domínio chinês nos mercados da África tem promovido perdas significativas de postos de trabalho”, relatou ao Portugal Textil William Gumede, investigador da Universidade de Witwatersrand, localizada na África do Sul. Ele dá o exemplo de que em seu País, o número de empregos na industrial têxtil caiu de 300 mil em 1996 para 120 mil em 2010.

Mais afetada ainda está a Nigéria, que devido à entrada no País dos tecidos chineses a baixo custo, mais de 175 empresas do segmento fecharam as portas desde 1995, deixando cerca de 250 mil trabalhadores desempregados, isso de acordo com Jaiyeiola Olanrewaju, diretor-geral da Associação dos Produtores Têxteis Nigerianos.

A Nigéria preocupa-se ainda com a entrada no País de produtos chineses “paralelos”, imitando marcas, modelos têxteis e padrões africanos. “Para protegernos e a fim de concorrermos favoravelmente, os governos africanos devem intervir no fluxo de produtos têxteis falsificados”, defendeu Walid Jibrin também ao portal PT. Ele é presidente do Capítulo dos Estados do Norte da Associação dos Produtores Têxteis Nigerianos.

As empresas chinesas têm acesso preferencial na região através de subsidiárias instaladas nos países africanos e receberam este direito desde a invenção do African Growth and Opportunity Act (AGOA), estabelecido pelos Estados Unidos, que garante a abertura comercial da região e foi prorrogado até 2015.

E o problema só tende a crescer, afinal a indústria chinesa prevê diversificar suas vendas, uma vez que a procura europeia e americana caiu desde a crise financeira. No período de janeiro a agosto de 2012, os dados alfandegários da China mostram que as exportações de têxteis e vestuário para a União Europeia caíram 14,4%, para os 32,02 bilhões de dólares, mas subiram 12,2% para os 9,82 bilhões de dólares para a África.

Enquanto isso, outros fabricantes estão usando a África como uma alternativa de chegar aos EUA e EU. “Na Etiópia, alugamos uma unidade e contratamos trabalhadores locais para fazerem roupas para clientes nos EUA e na EU”, revelou o gerente de uma empresa têxtil na província de Shandong ao PT. O comerciante salienta que o AGOA oferece a empresas como a sua uma oportunidade legal de aceder ao mercado dos EUA.

As empresas chinesas continuam vendo a África não só como um grande mercado para exportação, mas também um lugar para investimento maciço. Em agosto de 2012, a empresa China Garments, um fabricante estatal sedeado em Pequim, anunciou que vai investir cerca de 29,7 milhões de dólares no Zimbábue para formar uma joint-venture com a Cotton Company of Zimbabwe. A parceria deverá tornar-se um importante fornecedor de algodão para a China Garments.

 

15 de janeiro de 2013

Redação – Fonte: Portugal Têxtil

http://alllingerie.com.br/texteis-chineses-invadem-a-africa-e-aumentam-desemprego/

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