sábado, 2 de junho de 2018

Síndrome da falta de percepção de identidade étnica…

Síndrome da falta de percepção de identidade étnica, ou dividir colorindo

Retintos, pouca tintas, afro-off White, Boçais, ladinos e crioulos

“Ou a ideologia da dominação dividir colorindo. ”

Nos anos sessenta era básico, passou das seis é boa noite. Creio que existe até hoje para as classes sociais dominantes. Há pouco vi enorme discussão sobre o nariz de um bebê, e discussões sobre “misturas”.

Somos um país com multiplicidade de culturas e misturas raciais ou étnicas. Desde Pindorama o choque cultural, entre “Jês-Tapuias” e “Tupis-Guaranis” na sua migração nos anos 1000 vindos do norte Guianas ou Caribe. Uns como a Luzia com fortes características africanas ou aborígenes (Oceania) outros com pele mais clara, e até hoje encontramos nas ruas de São Paulo, índios (guaranis?) com cabelos ruivos e aloirados. Caso de índios loiros, de pele clara e olhos claros são os Chachapoyas no Norte do Peru.


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Família Chachapoya John de Nugent

Dizem serem cor de pele e olhos, apenas 5% do DNA humano, há os louros das ilhas Salomão, com DNA diferente dos cabelos louros dos europeus.

E os povos Bérberes do norte da África? Povo autóctone (nativo) e ancestral, tem pele e olhos claros. Uns ruivos, loiros e de olhos azuis. Nas Ilhas Canárias ocorreu o Primeiro Genocídio na África, os guanches (bérberes das Canárias) escravizados desde 1363 pelos portugueses, que os levavam para as ilhas dos Açores, Madeira e Portugal, os homens foram escravizados, mortos pelos espanhóis por volta de 1450 e 1465. As mulheres usadas pelos europeus para reprodução, o Padre José de Anchieta era filho de mãe Guanche.

Guanche de Juan Carlos Moura

Guanche de Juan Carlos Mora

O que falar da colonização Moura da Península Ibérica, França, e Itália. As invasões iniciadas por Al Tárique em 752, mouro berbere africano iniciou o Al-Andaluz, o estado islâmico civilizatório e tolerante derrubado só em 1492 pelas Cruzadas da Guerra chamada Reconquista.

Queen-Charlotte

Rainha Charlotte por Allan Ramsay, 1761

A classe dominante era moura africana, reis, rainhas, príncipes e princesas. Casas reais casavam-se entre si, com o casamento real na Inglaterra, levantou-se as origens da Rainha Charlotte da Inglaterra 1738 /1820, alemã de nascimento e descendente da Casa Real Portuguesa. Foi a primeira rainha negra da Inglaterra? Depois da 5ª geração aparecem se traços e características afros, devemos considerar a pessoa como mulata, multirracial?

Questiono por quê, agora com as cotas afirmativas há como se falava antigamente um patrulhamento sobre quem é ou não negro preto.

E vem uma enxurrada de ofensas, insinuações e calúnias. Afrobege, afro-oportunistas, poucas tintas e por aí vai...

Não é coisa nova o dividir para reinar, tática colonial de conquista, com pouca população Portugal e Espanha (os pioneiros das invasões), jogavam um grupo contra o outro, só assim conquistaram, nas Canárias, México, Peru, e Brasil.

Para o historiador Eduardo Silva, "a escravidão não funcionou e se reproduziu baseada apenas na força. O combate à autonomia e indisciplina escrava, no trabalho e fora dele, se fez através de uma combinação de violência com a negociação, do chicote com a recompensa."

Na época da escravidão classificavam em grupos com funções diferentes para desunidos lutarem entre si. Mais que os negros da Casa Grande, da Senzala e os dos Quilombos.

Cirioulo na mesa

“Os escravos chamados "boçais", recém-chegados da África, eram normalmente utilizados nos trabalhos da lavoura. Havia também aqueles que exerciam atividades especializadas, como os mestres-de-açúcar, os ferreiros, e outros distinguidos pelo senhor de engenho. Chamava-se de crioulo o escravo nascido no Brasil. Geralmente dava-se preferência aos mulatos para as tarefas domésticas, artesanais e de supervisão, deixando aos de cor mais escura, geralmente os africanos, os trabalhos mais pesados. ”

Tipos de escravos

O Quilombo unificava a luta, liberdade para quem lutava por ela.

Nossas conquistas começaram à serem efetuadas publicamente, no dia 7 de julho de 1978, fomos às escadas do Teatro Municipal, iniciado como “Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial” era uma Frente contra a discriminação, o racismo, a violência policial que matava negros. Ativistas, entidades, de toda a sociedade assumiram a luta. Era uma luta da Sociedade.

Negro era o descendente de africanos, que assumia a luta contra o preconceito, racismo, e pela cidadania plena. Diferenças de cor, tonalidade, se uniam na hora da luta, importava se você lutava, e o seu lado.


Referências:

https://zambukaki.blogspot.com/2018/05/a-primeira-rainha-negra-da-inglaterra.html

https://en.wikipedia.org/wiki/Charlotte_of_Mecklenburg-Strelitz#Claims_of_African_ancestry


https://www.gamespot.com/forums/offtopic-discussion-314159273/can-a-white-man-have-an-afro-29371459/

https://www.theguardian.com/world/2009/mar/12/race-monarchy

http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/escr_conflito.html