quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Neuzinha e eu

Ela não gosta que a chamem de Dona Neuza!

Já tomei uns três esculachos ao vivo e a cores, no meio do povo: -“Não gosto que me chamem de dona!”

Falou e olhando os meus remanescentes cabelos salpicados de branco. Tipo vê se enxerga seu idoso!

Tenho conversado com um amigo, Marcio Jr, blogueiro, escritor e romancista, sobre a idade biológica e mental (mental?), de repente descobrimos jovens, detentores de um conhecimento muito antigo. Idade biológica, 16, 17, 20 e poucos anos, e uma antiguidade de vida citando o Marcio Jr “já deve ter vivido, pelo menos, umas 10 outras vidas... kkk”.

Estou para fazer aniversário na próxima semana, e ando de T.P.A. uns quinzes dias (TPA Tensão Pré Aniversário), confesso estou no lado oposto da gangorra. Com toda minha rodagem, ainda sou criança. “Por dentro com a alma atarantada — Sou uma criança,
não entendo nada.” Erasmo Carlos

Com a Neuzinha ocorre quase o mesmo, é uma criança e entende tudo.

Nem sei se ela gostará que a chame de Neuzinha. Mas ela é tão carinhosa, tão meiga, tão doce, dá vontade de abraçar. Neuzinha para mim, posso nem chama-la assim se não gostar. Será simplesmente Neuza, mas no íntimo estarei dizendo Neuzinha, Neuzinha!

Tenho uma experiência real e vivencial com Neuzinha. Coisa de agora, desse ano. Ando tentando escrever memórias, que vivenciei, até para responder uma pergunta que me angústiava. Escrever para que? Já está tudo escrito.

Comecei a perceber com Ignácio de Loyola Brandão, que existe coisas que só você viveu, ou só você pode escrever. Tipo ninguem me contou, eu estive lá.

Nessa época de autores CONTROL C, CONTROL V, é uma diferença. Mesmo que não me leiam.

Mas na Net nas minhas andanças encontrei Neuzinha. Amei seu blog, ela dava notícias sobre um curso que ocorria. Postei e fui no curso. E...

Encontrei Neuzinha. Meio com vergonha, rompi meu silêncio e me apresentei. Muleca ela gostou...

Sei que é um marco você encontrar, alguém na Internet, e ter um encontro real. No nosso caso deu química, hoje somos amigos. Só amigos! Tem uma promessa de uma macarronada...

Paulistano, filho de baianeiro (mineiro do norte de Minas), com carioca, com um perfil diferenciado. Carinhoso, falante e grande ouvinte. Sei lá, até seja como um baiano abusado.

Neuzinha botou limites, apesar de estar só por escolha! É ainda apaixonada pelo Ayrton. Para ela não ficar pensando que eu já estava com boas intenções, levei e apresentei Josiani minha mulher.

Neuzinha é blogueira famosa, dá entrevista, vai a programas de TV. Nos acha Josiani e eu muito velhos, já umas três vezes saindo do tal curso, falou que ia sozinha pois andavamos muitos lentos. É essa juventude...

Arrisco-me a dizer, que sou amigo de gente famosa coma a Neuzinha? Ela publicou uma crônica minha no seu blog. Para quem conhece Neuzinha, sabe que não é coisa para qualquer um...

Entrei hoje em seu blog, e encontrei uma preciosidade o baile com Ayrotn: “deslumbrada com a descoberta do amor fui ao meu primeiro baile com esse amor.” No antigo Hotel Esplanada, atrás do Teatro Municipal. Hoje Grupo Votorantin.

 Hotel Esplanada

Usando uma máquina do tempo no tal baile, (tipo o Filme de volta para o futturo) ela nem me notaria. Fiquei com ciúmes confesso.

Como Fernando Pessoa, sou múltiplo, tive até heterônimos, Hastati, Don Pedrês, Hugo e outros tantos que surgem. Pessoas apaixonadas, um desses que eu não sei o nome se apaixonou pela Neuzinha.

Trabalhei no antigo Mappin- Casa Anglo Brasileira, comecei carregando e descarregando caminhões, cheguei a chefe de seção. No antigo Hotel Esplanada os bailes, no Mappin os chás da tarde, a elite paulistana. Eu era um garoto morador das quebradas (hoje a chamada perifa)

Leiam sua maravilhosa crônica, e vejam porque sou entusiasmado com a Neuzinha. Ontem no final de um email, coloquei:

"Meu coração, não sei por que. Bate feliz quando te vê. E os meus olhos
ficam sorrindo. E pelas ruas vão te seguindo. Mas mesmo assim. Foges de mim
..." Mestre Pixinguinha

Depois pensei lascou dei bandeira!

Também Neuzinha, tem a alegria de viver de uma personagem de um filme clássico da década de 70, o filme Harold & Maude (Ensina-me a viver). Quem assistiu se envolveu e se apaixonou por Maude (a atriz Ruth Gordon). Quem manda Neuzinha ser melhor que a personagem.

O blog da Neuzinha: http://vovoneuza.blogspot.com/

Cuidado! Não sei se ela vai gostar da intimidade...

Um comentário:

Marcio JR disse...

rsrs... é, meu caro. Só espero que a Neuzinha, ops... a vovó Neuza, ao passar por aqui, não nos trucide... rsrs.

Mas, brincadeiras a parte, peguei uma carona no teu texto, e fui lá conhecer a vovó. Rapaz, fiz uma viagem na postagem do Hotel Esplanada. Ela escreve ricamente.

Abraços, Mano Velho

Marcio