Minha mãe Dona Jadyr vinha de uma família onde seguir a carreira militar era uma tradição.
Brinquedos de plástico importados dos EUA anos 50
Nascida no Rio de Janeiro, na época a capital do Brazil (era assim mesmo que se escrevia) era uma cidade onde os militares e seus uniformes imperavam. Nos anos trinta conheceu meu pai, militar do Exército, cadete na Escola Militar do Realengo (RJ). Meu pai participou do movimento tenentista dos anos vinte e trinta, tinha uma bala encravada no peito, perto do coração, riscos de baioneta e a perna esquerda metralhada na revolução de 32.
Meu irmão mais velho estudou no Colégio Militar, era um dos seus orgulhos, eu devia ter uns sete anos (por volta de 1953) quando minha mãe retornou do Rio de Janeiro, onde moravam seus irmãos e irmãs. Trouxe um monte de presentes, além de matar as saudades imensa, criança me alegrei com os presentes e carinho.
Uma semana depois do seu retorno, me chamou ao seu quarto. Em cima da cama, no chão centenas de soldados, carros, cavalaria, canhões. De várias formas e tipos.
No início dos anos cinquenta, brinquedos de plástico era novidade. Eram de madeira e lata, e no caso de soldadinhos eram de chumbo.
São essas lições de seduzir, envolver e estimular que recebi. Seu desejo era que eu seguisse a carreira de meu pai. Não era o desejo de meu pai, só agora entendo o porquê, sempre falava que os colegas de caserna tinham postos mais altos. Estava reivindicando promoções a que tinha direito, quando morreu em 1958.
Anos depois dei os soldadinhos para meus sobrinhos. Fiquei com alguns que depois o meu filho brincou.
Só me restou esse e a lembrança dos sonhos de minha mãe...
(Tentei fazer uma foto macro mas a minha câmera tem suas limitações)
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