III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo.
Baixada Santista presente!
Primeiras Impressões de Julio Tumbi Are
PRIMEIRAS IMPRESSÕES - Acabamos de chegar do primeiro dia de trabalhos da III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo. A maior Conferência Estadual do Brasil teve início com uma aprovação de regulamento conturbada que mostra uma militância negra, mesmo com a ausência de quadros importantes , já dizendo a que veio. Ao meu ver teremos uma Conferência bastante técnica tendo em vista o fato do temário abordar questões acerca de Desenvolvimento e Democracia ressaltando o acúmulo importante que o Estado de São Paulo possui em experiências de gestão na área de promoção da igualdade racial.
As manifestações, legítimas, ocorridas na abertura dos trabalhos demonstram a criticidade do controle social nesse processo, em especial dos militantes que fazem a política de fato na ponta, ou seja, a negrada dos movimentos e conselhos de direitos que não deixam por menos neste momento de consulta popular, e por que não, de prestação de contas dos poderes constituídos.
Por outro lado, na fala dos integrantes da mesa de trabalhos, em especial nas falas das deputadas Leci Brandão (estadual) e Janete Pietá ( federal) e também da Excelentíssima Ministra de Estado da Promoção da Igualdade Racial Luiza Bairros, vemos agentes políticos preocupados com quais serão os próximos passos das políticas de promoção da igualdade racial, principalmente nos avanços que as mesmas necessitam para que entrem de vez em consonância com os ideais de equidade, justiça social e enfrentamento ao racismo tão bradados pelos quatro cantos do nosso país.
Ainda sobre a abertura, especial destaque para a juventude negra presente e preocupada com os espaços de poder representada em todas as delegações regionais e já previamente articuladas por conta daqueles e daquelas remanescentes do Fórum Nacional de Juventude Negra que em São Paulo sempre obteve fortíssima articulação no interior e litoral do Estado e que pelo visto, nesta Conferência não será diferente.
Mais que especial o destaque da atuação organizada e combativa, mas sempre na perspectiva da cultura de paz, dos militantes presentes das religiões de matriz africana, demonstrando mais uma vez, que são, sem dúvida, o segmento mais organizado estruturalmente dentro do movimento negro organizado contemporâneo.
Finalmente, vai meu ponto positivo aos gestores e gestoras presentes neste primeiro dia e que fortaleceram o processo de organização das conferências municipais e regionais. Presentes e participativos lideraram suas delegações e certamente contribuirão positivamente para o debate tendo em vista as vivências pelos gabinetes municipais em busca de arranjos institucionais adequados para que o enfrentamento ao racismo institucional ganhe força dentro do Estado Democrático de Direito nos três níveis da Federação.
Infelizmente não houve tempo para a palestra do Mestre Hélio Santos que ficará para amanhã e iniciará o segundo dia de trabalhos por aqui.
Por enquanto são as primeiras impressões. Bom descanso aos 515 delegados e delegados.
Amanhã escrevo mais.
Atenciosamente,
Júlio Tumbi Are de Santos
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