O fotógrafo Sérgio Silva foi uma das inúmeras vítimas da violência policial que marcou o dia 13 de junho de 2013 e a história das manifestações sociais no Brasil. Enquanto cobria o ato contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo, ele foi atingido no olho por uma bala de borracha disparada pela Tropa de Choque, e pode perder a visão esquerda.
Em tempo, trago notícias sobre minha visão. Quinta, 25 de julho não foi um dia bom. Finalmente chegou a notícia do corpo médico de que nunca mais vou recuperar a visão do meu olho esquerdo.
Mas o pior mesmo é olhar para o tempo e ver que os abusos por parte da polícia nas manifestações não tem fim. Desde que eu, vários jornalistas e manifestantes paulistas fomos feridos por balas de borracha e bombas de gás, ficamos sabendo de outros casos no Rio de Janeiro de pessoas que também perderam a visão ou se machucaram gravemente. Definitivamente, isso não pode continuar!
Apesar de ser politicamente engajado, eu nunca fui porta-voz de uma causa, mas as circunstâncias pelas quais passei me colocaram literalmente nesta posição, de uma vez por todas. Agora vou até o fim. E ressalto que é um grande incentivo para mim saber que tenho o apoio de outras 43613 pessoas como você.
Quero compartilhar este vídeo com você, para continuarmos mobilizando o maior número de pessoas conscientes contra o uso de armas não-letais.
É importantíssimo também continuarmos divulgando nosso abaixo-assinado. Compartilhe no seu mural nas redes sociais, poste no feed de seus amigos, tuíte os links, peça para todos assinarem, envie para sua lista de emails pessoais e se puder, para a lista de emails do trabalho.
No Rio, a situação é ainda pior, por isso estou em contato com as outras pessoas que também foram atingidas naquele estado, e trabalhando com entidades e coletivos para conseguir abrir diálogos com o poder público visando a melhoria de processos relacionados a segurança da população em manifestações.
Mais uma vez eu quero dizer muito obrigado. Mais do que somente assinar um abaixo-assinado, o seu apoio e de minha família são fatores que me mantém forte e esperançoso para seguir em frente, colocar a prótese no lugar do olho perdido, e voltar a trabalhar.
Não posso deixar que essa situação seja esquecida.
Sérgio Silva
Fotógrafo Futura Press
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