terça-feira, 19 de junho de 2012

Mobilização de entidades vence racismo na Rio+20

Moçambicano barrado em SP para a Rio+20 chega com festa ao Galeão

Grupo de 100 pessoas aguardava Jeremias Vunjanhe no aeroporto do Rio.
Ativista veio para a Rio+20, mas foi barrado na semana passada em SP.

Marcelo Ahmed Do G1 RJ

18/06/2012 22h58 - Atualizado em 19/06/2012 09h15

Após ter sido barrado no aeroporto em São Paulo ao tentar ingressar no Brasil para participar da Rio+20, o ativista moçambicano Jeremias Vunjanhe foi recebido com festa ao desembarcar novamente no país, na noite desta segunda-feira (18), dessa vez no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), na Ilha do Governador.

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O ativista moçambicano Jeremias Vunjanhe é aplaudido ao chegar no aeroporto (Foto: Marcelo Ahmed/G1)

Desde as 20h30, um grupo animado de cerca de 100 pessoas fazia verdadeiro carnaval no sagão do aeroporto, batucando e cantando palavras de ordem em apoio ao moçambicano. Jeremias chegou no setor de desembarque do Terminal 2 por volta das 22h. Muito aplaudido, chegou a ser carregado pelo grupo que festejava sua volta ao Brasil.

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"A recepção foi fantástica, fruto do apoio tanto da sociedade civil brasileira como do mundo reunida no Rio de Janeiro [para a Rio+20]. A manifestação corresponde à solidariedade que eu recebi nesses seis dias", afirmou Jeremias no desembarque.

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Passaporte com carimbo escrito 'impedido'
(Foto: Marcelo Ahmed/G1)

O moçambicano integra a ONG Justiça Ambiental, que tem criticado a atuação da mineradora brasileira Vale em Moçambique. Ele pretende divulgar suas queixas na Cúpula dos Povos, evento paralelo à conferência da ONU.

Jeremias foi mandando de volta ao chegar ao Brasil, através do aeroporto de São Paulo, mesmo com toda a documentação necessária para ingressar no país. No passaporte, foi carimbada a palavra "impedido", informando que ele consta do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos.

Jeremias classificou a situação como revoltante. "Até porque até agora não há explicação sobre o que aconteceu", afirmou. Segundo ele, a Polícia Federal agiu com "prepotência", mas ele adiantou que a diplomacia brasileira resolveu seu problema ao desbloquear sua entrada no Brasil.

Em Moçambique, Jeremias tem se dedicado a documentar o reassentamento de 1.365 famílias nas cidades vizinhas de Moateze e Catembe por conta da exploração mineral da Vale na região. "Eles perderam suas terras, seus bens e nos últimos anos têm resistido e denunciado as situações a que foram submetidos. Famílias são ameaçadas e perseguidas, assim como eu fui ameaçado e perseguido", afirmou o moçambicano.

Moçambicano barrado na Rio+20 (Foto: Marcelo Ahmed/G1)

http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/mocambicano-barrado-em-sp-para-rio20-chega-com-festa-no-galeao.html

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