A situação de haitianos nos Estados da Região Norte do Brasil é muito parecida com a dos angolanos no bairro do Brás, em São Paulo, ou com a dos bolivianos, nas oficinas de costura no Bom Retiro no que se refere às condições de pobreza que apresentam, de descaso das autoridades nos esclarecimentos das violências que eles sofrem, das transgressões aos direitos trabalhistas de todos.
Audiência sobre imigração discute mudanças na legislação migratória
08/05/2013
Representantes de entidades apontam para o risco de uma imigração seletiva
Da Redação: Joel Melo Fotos:José Teixeira
Davi, Ruth Camacho, Cleiton Borges, Adriano Diogo, Nelo Pulcinelli e Maria Cristina Morelli
A situação de haitianos nos Estados da Região Norte do Brasil é muito parecida com a dos angolanos no bairro do Brás, em São Paulo, ou com a dos bolivianos, nas oficinas de costura no Bom Retiro no que se refere às condições de pobreza que apresentam, de descaso das autoridades nos esclarecimentos das violências que eles sofrem, das transgressões aos direitos trabalhistas de todos. Essa é a conclusão a que chegaram os representantes das entidades que se reuniram nesta terça-feira, 7/5, para discutir uma política migratória para o Brasil que acolha melhor a quem chegue, e que amplie os direitos dos que já moram aqui.
Com uma mesa presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT) e composta por especialistas no assunto, tomou a palavra, em primeiro lugar, Cleyton Borges, do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante " CDHIC, que comentou o aumento do número de imigrantes (960 mil em dezembro de 2009 para 1,46 milhão em julho deste ano) e dos diferentes caminhos que os países têm seguido ao tratar da imigração. Cleyton apontou duas diferenças básicas entre a política de imigração brasileira, que aponta o que o imigrante não pode fazer, com a política propositiva argentina, por exemplo, que prefere indicar o que o imigrante pode fazer. Cleyton questionou que modelo queremos, e disse que uma legislação baseada nos direitos humanos deve enfrentar o racismo e a xenofobia: "Se a lei não é clara nesse sentido, abre caminho para a discriminação", disse o especialista que, em seguida, apresentou um vídeo sobre a morte de Zulmira de Sousa, a estudante angolana que foi vítima de xenofobia em São Paulo.
Também frei David Santos, da Educafro, abordou a morte de Zulmira como um símbolo de ódio de setores brasileiros contra imigrantes africanos. E disse que o governo não está se empenhando o suficiente para encontrar o responsável pelo crime, pois, segundo o frei, "prenderam um bode expiatório e o verdadeiro assassino está solto". Frei David Santos apresentou um gráfico sobre o que é considerado genocídio e disse que "a realidade negra brasileira é sem dúvida nenhuma genocídio".
Compuseram a mesa, além dos já citados, Nelo Pulcinelli, do Centro de Apoio ao Migrante (CAMI), Ruth Camacho, do Centro de Pastoral do Migrante e Maria Cristina Morelli, da Caritas também colocaram sua visão sobre o assunto. A audiência serviu como preparatória da conferência nacional sobre o tema.
Entidades que atuam no atendimento e apoio aos imigrantes e nos processos de formulação de políticas públicas orientadas às migrações transnacionais no Brasil recomendam cuidado com alguns aspectos xenofóbicos ao veicular uma notícia. Para contribuir com o trabalho realizado por comunicadores e jornalistas, foi preparado um guia preparado por especialistas sobre o assunto que pode ser acessado no linkwww.guiamigracoesdivcult.com
Fonte: Manifesto pela humanização da cobertura mediática sobre migrações no Brasil
Adriano Diogo preside os trabalhos da comissão que debate mudanças na legislação migratória
Política migratória para o Brasil em debate
Público presente
fonte ALESP
Nenhum comentário:
Postar um comentário